Mês: julho 2022

Dependência química: a doença dos vínculos e a importância da família no tratamento

Vínculos frágeis entre o jovem e as fontes primárias de socialização: família, escola, e amigos, são fatores de risco para a instalação de desvios. Vínculos e ajustes saudáveis com a família e a escola previnem a associação do jovem com as ditas “mas companhias”. Estas três fontes funcionam para o jovem como mediadoras das outras influências sociais: a religião, a mídia e a comunidade.

A Terapia Familiar Sistêmica tem um papel importante na criação de condições relacionadas tanto ao uso de drogas, quanto aos fatores de proteção, funcionando igualmente como antídoto, quando o uso de drogas já estiver instalado.

A luz dessa teoria, a família foi entendida como um sistema com regras específicas de funcionamento e organização que regem as relações entre seus membros. Logo pensar sistemicamente é concentrar-se no padrão dos relacionamentos dentro de um sistema, e não apenas nas suas partes, ou seja, é olhar para todos os familiares, e não apenas o paciente identificado, é olhar de forma ampla, circular e contextual. Inclui ainda conhecer um pouco mais sobre as relações que estas pessoas estabelecem com seu meio para compreender melhor suas ações e pensamentos.

Enfim, para tratar a dependência química e obtermos resultados verdadeiramente consistentes, devemos tratar sim com os fármacos, e com a abstinência, com a vivência da espiritualidade, mas precisamos perceber que a dependência química é a doença dos vínculos, logo para tratá-la devemos restabelecer vínculos seguros, e para isto, devemos compreender sua história, seu sofrimento, a função deste sintoma na sua vida,  e restabelecer novas relações, mais saudáveis com  família,  com seus amigos, com a sociedade, e caso tenha um trabalho, com este também,  e devemos construir juntos novos projetos de vida, que o faça verdadeiramente feliz.

Reflexões sobre nosso universo pós-moderno e nossa cultura adicta: que cultua e incentiva drogas

Todo ser humano possui necessidades fisiológicas básicas tais como: ele precisa respirar, beber, se alimentar, dormir, manter seu equilíbrio térmico e hídrico e precisa também eliminar suas toxinas através da evacuação.

Mas o ser humano para ser integralmente saudável e feliz precisa de mais: ele precisa se aceitar e se sentir aceito e precisa amar e se sentir amado.

Estas quatro necessidades afetivas são em minha opinião, a causa dos inúmeros sofrimentos vividos, das dificuldades nos relacionamentos e dos sintomas expressos nas patologias físicas e psíquicas atuais.

Ele sofre pela ânsia de precisar de afeto, porém muitas vezes é inábil para pedi-lo, sofre pela falta de amor-próprio e de respeito, os quais busca resolvê-los consumindo compulsivamente, ou através de dietas irracionais, jogando excessivamente, consumindo bebidas alcoólicas ou outras drogas, lícitas ou ilícitas, enfim através de ações alienantes e que buscam aliviar o sofrimento e a dependência afetiva.

Todo humano é único, assim como será única à via de expressão de seus sentimentos. Desta forma, os objetos de compulsão aparecem como metáforas de afeto.

Existem em nossa atual sociedade diversos aspectos que estimulam uma cultura de dependências: uma cultura orientada para evitar a dor. Como por exemplo, os problemas de má digestão que são resolvidos com medicações, ou de uma dor de cabeça originada por uma situação de stress, é imediatamente medicalizada, sem qualquer questionamento sobre a origem do mal estar; o estímulo à crença de soluções fáceis para qualquer transtorno, as famosas pílulas mágicas, soluções estas que acabam excluindo a responsabilidade do indivíduo na busca de recursos mais efetivos, duradouros e saudáveis.

Vivemos em uma sociedade voltada para a superficialidade, a rapidez, a beleza a qualquer preço, para um individualismo, a competição e da “falsa e rápida felicidade” obtida através de bens materiais que possui tempo e prazo de validade

O paradigma sistêmico reafirma nas questões referentes ao uso indevido e abusivo de drogas, o lugar, o papel e a corresponsabilidade da família como instituição que elabora as relações primárias de socialização tanto de crianças quanto adolescentes e adultos.  Falando aqui sobre a adolescência um período do ciclo vital, em que a curiosidade por experiências novas, a troca e a influência do grupo de amigos são fundamentais, muitas vezes o uso de drogas se inclui como fonte de socialização e como uma linguagem do adolescer, e quando acontece de forma abusiva, constitui-se num problema que pode repercutir em todo o processo posterior da vida do jovem.

Embora a atenção do adolescente esteja voltada para fora do lar e centrada nos grupos, para compreendê-lo torna-se necessário inseri-lo no contexto familiar e sociocultural, pois a família nuclear e extensa é que fornece as bases para seu desenvolvimento. É na família que deve ser assegurado os comportamentos normalizados pelo afeto e pela cultura. Por isso, a família é fundamental na prevenção e no tratamento do uso de drogas.

Entende-se aqui por família, alguém que se importe, e que possa acolher do ponto de vista social, psíquico e afetivo.

O pensamento sistêmico compreende os comportamentos aditivos, como um estado de submissão e dependência com restrita vontade, e busca decodificar as causas disfuncionais em todo o contexto familiar.

Drogas, um mundo de solidão e sofrimento, mas que tem tratamento

Neurologicamente a drogadição deve ser considerada uma doença, pois está ligada a alterações na estrutura e funções cerebrais, e isso a torna uma doença cerebral.

Inicialmente, o uso de drogas é um comportamento voluntário, mas com o uso prolongado, um “interruptor” no cérebro parece ligar-se, e quando o “interruptor” é ligado, o indivíduo pode entrar em um estado de dependência química caracterizado pela busca e consumo compulsivo da substância de escolha, que pode ser álcool, tabaco, maconha, cocaína, crack, ecstasy, e inúmeras outras.

Devemos entender a dependência química como uma doença bio-psico-social-ecológico-espiritual, formada por componentes biológicos, psicológicos, de contexto social e espiritual. É claro que as estratégias de abordagem e o tratamento para que seja verdadeiramente eficaz, deve incluir, igualmente, elementos: biológicos, psicológicos(emoções, sentimentos e comportamentos), micro sociais (incluindo a família), macro-sociais (incluindo a sociedade), ecológicos (conexões diversas) e espirituais(propósito e sentido para a vida).

Ocupar-se sim. Preocupar-se não. Como lidar com a ansiedade e administrar melhor seu dia a dia

Como seres humanos, somos dotados com inúmeras capacidades, habilidades e aptidões. Porém em diversos momentos e fases da nossa vida, passamos por problemas, conflitos e medos, que nos causam insegurança, ansiedade e preocupações.

Muitas vezes sofremos por situações que vivemos no passado, e na maioria também nos angustiamos por coisas que ainda não aconteceram, e que encaramos como problemas e trazemos para o nosso presente, e então o contaminamos e mergulhamos em um universo de conflitos, pensamentos acelerados e sofrimento.

E para vivermos bem, precisamos resgatar a nossa PAZ, e nosso estado de equilíbrio, e para isto novas programações mentais e pensamentos automáticos negativos precisam ser modificados por pensamentos positivos.

Torna-se fundamental para mudar todo este ciclo de auto violência, trabalharmos nossas crenças, transformar crenças limitantes em crenças fortalecedoras, mudar nosso mindset, ou seja, mudar a configuração de nossa mente, que determina nossos pensamentos diários, sentimentos e comportamentos.

Para atingir o sucesso de verdade, e se feliz de verdade, é necessário se conhecer melhor, e para isto conhecer nossa configuração mental, e se preciso reconfigurá-la para um modo mais positivo.

E desta forma, descobrir o tesouro que existe dentro de cada um de nós!!!

Gratidão – O sentimento que ilumina nosso coração e constrói pontes

Acredito muito no ser humano, em sua capacidade de evoluir, em sua força para enfrentar e ultrapassar os desafios, em sua bondade e solidariedade.  O valor de uma vida humana é algo inestimável, imensurável, uma vida é tão grandiosa que merece ser vivida em toda sua plenitude e intensidade.

Temos sim em alguns momentos, dificuldades, conflitos, situações que nos desestabilizam, mas se ficarmos simplesmente cultivando sentimentos de raiva, tristeza, mágoa, gastaremos muito de nossa energia que poderia ser utilizada para a busca de soluções.

O que poderemos extrair destes sentimentos além de mais sentimentos ruins?

Porém se olharmos para o que temos, reverenciarmos as belezas em nossa vida, despertaremos para um sentimento libertador: A GRATIDÃO.

Este sentimento que enche nosso reservatório afetivo de bem-estar, este sublime sentimento é despertado através de nosso olhar para as pessoas e situações positivas em nossa vida: seja família, amigos, trabalho, um projeto de vida, ou quando nos voltamos para nós mesmos e percebemos quem somos, ou as possibilidades e oportunidades que temos, ou que podemos ter, enfim…quando olhamos para nossa vida e conseguimos detectar o que existe de bom nela, e creia, sempre existe!!!

E a partir deste sentimento de Gratidão, entrando em uma atmosfera de paz, esperança e emanando mais alegria e abrindo janelas para novas oportunidades, e consequentemente tudo fluirá melhor!!!!

E caso você não esteja conseguindo enxergar o que tem de bom em sua vida, busque ajuda, pois como sempre digo: “Não precisamos dar conta de tudo sozinhos, podemos e devemos ao nos sentirmos mais frágeis, buscar ajuda, pois viemos ao mundo para nos ajudar!!!”

A importância de ser otimista

Tenho me deparado, através de meus atendimentos, com diversos relatos do tipo: “Não consigo pensar positivo”, “Não consigo dominar meus pensamentos negativos, são mais fortes que eu”, “Tudo em minha vida é muito difícil”, “Não nasci pra ser feliz”, “Tudo na minha vida é difícil”, “Não tenho sorte”, “Tenho dedo podre para relacionamentos”, “Era bom demais pra mim”, “Tenho medo de ser feliz”.

Estes são alguns dos relatos que vivencio diariamente em meus atendimentos, e em minha vida social, ao conversar com as pessoas nos diversos ambientes que transito. Estas experiências me fizeram refletir sobre como as pessoas possuem crenças, que são nossos pilares mentais, negativas, enfraquecedoras sobre si mesmas. Como seu modelo mental é negativo e ativado por crenças irracionais, limitantes e com centradas no erro. Esta forma de pensar inibe o comportamento e ação para o novo, bloqueia a coragem, e torna a pessoa mais ansiosa, fazendo com que ela se prepare para algo ruim.

Outra frase recorrente é: “Espero e me preparo sempre para o pior, se acontecer algo bom, tudo bem, mas o negócio é ficar sempre em alerta”.

Este modelo também faz com que a pessoa seja alguém resistente em confiar, está sempre na defensiva; logo seus relacionamentos ficarão comprometidos e possuirá dificuldades de desenvolver relações íntimas de todas as ordens.

Porém, apesar de vivenciar de perto tamanho sofrimento, causados por histórias de desamparo, e crenças disfuncionais sobre si mesmo (a) e sobre o mundo, acredito SIM que seja possível ser feliz e mudar o meio e o final destas histórias, alterar estas crenças e transformá-las em crenças fortalecedoras e positivas, e assim nossa mente se tornará um doce e lindo lugar de PAZ, habitado por MUITO AMOR, AUTOESTIMA, ESPERANÇA, GRATIDÃO E FELICIDADE.

Terapia de casal: para que serve?

A terapia de casal é uma modalidade de tratamento que vem crescendo muito nas últimas décadas. A adesão a esta terapia tem aumentado, pois muitos casais têm se beneficiado de suas ações e tem indicado para seus amigos e familiares. Pois através dela, cada parceiro tem a oportunidade de olhar e conhecer o outro como nunca o fez. Bem como, também de perceber suas próprias atitudes na relação, melhorar a comunicação, desenvolver a empatia, a tolerância e a resiliência.

E uma pergunta que costumo fazer ao casal em nossa primeira sessão é:  Estão dispostos a mudar? A ceder? A se colocar no lugar do outro e a entender como o outro pensa e sente? A se aproximar verdadeiramente de seu parceiro ou parceira?

Passar por um processo psicoterapêutico e estar disposto a conhecer verdadeiramente quem está ao seu lado, a fim de cada um possa contribuir positivamente com o crescimento do outro e consequentemente também se tornar uma pessoa ainda melhor. Pois acredito que crescemos profundamente nas relações, que podem ser aqui especificamente amorosas, mas também familiares, sociais e profissionais, porém para que isto ocorra deve haver  vontade e coragem para refletir, mas para isto, preciso olhar para dentro de mim e ter a humildade, e reconhecer que minhas verdades não são absolutas, que não existe só a minha forma de enxergar o mundo e que devo reconsiderar minha posição,  se perceber meu erro, e quando necessário mudar alguns pensamentos e comportamentos.

E para que isto aconteça, ambos devem acreditar que vale a pena.

E quando apesar dos desentendimentos e conflitos, existir amor, amizade e boa vontade é possível sim, reconstruir uma nova relação, rever os erros, aprender com eles, e ressignificar a relação.

Pois digo e acredito que “NASCEMOS PARA SERMOS FELIZES, MAS PARA ISTO, PRECISAMOS PENSAR EAGIR DE FORMA ASSERTIVA, FAZER BOAS ESCOLHAS, ESTARMOS BEM CONOSCO, E EM NOSSOS RELACIONAMENTOS, E DESTA FORMA, NOSSO CAMINHO SERÁ MAIS HARMONIOSO E ILUMINADO.

Para eu estar bem com o outro(a), primeiramente eu preciso estar bem comigo mesmo(a)

“Antes de estarmos bem com qualquer pessoa, seja parceiro, parceira, pai, mãe, filho, filha, amigo (a), ou até mesmo em nosso ambiente profissional, precisamos estar bem conosco, nos amar, adorar nossa companhia. E para isto, precisamos nos conhecer, saber quem somos, e o que queremos”.

Esta é uma frase que faz parte de minhas orientações e de meus objetivos terapêuticos, e que digo a muitos pacientes quando iniciam seu processo psicoterapêutico, com os mais diversos sintomas: dificuldades relacionais, síndrome do pânico, depressão, transtornos de ansiedade, dependência emocional, timidez excessiva, compulsões, e outros sintomas recorrentes em uma sociedade como a nossa, que supervaloriza o externo, a imagem e subvaloriza o interno, os sentimentos e emoções.

Além de todos os direcionamentos técnicos que efetuo, e que fazem parte de minha abordagem terapêutica chamada sistêmica, para cada sintoma diagnosticado, passo tarefas e reflexões, e também recomendo com o desenvolvimento da terapia, que procurem estar mais consigo mesmos, os ajudo a se perceberem melhor, conhecer suas emoções e assim aprendam a olhar mais para si mesmos, a valorizar suas conquistas, a desenvolver atitudes positivas, e a melhorar sua percepção do mundo e recomendo que desenvolvam atividades que lhes dêem prazer.

Durante a terapia, os pacientes vão aprendendo a viver intensamente cada momento bom de sua vida, e desenvolvendo recursos internos e externos para que possam transformar adversidades em desafios.

Outras questões relevantes abordadas na terapia é que vivam o presente, pois este pode e deve ser o melhor tempo da sua vida, e através de um olhar sistêmico, sugiro que desenvolvam sua espiritualidade, não falo de doutrina religiosa, mas de ESPIRITUALIDADE, uma força maior, que nos protege, nos ampara, nos conecta melhor com o universo e fortalece nossa resiliência.

Enfim, para que nos sintamos verdadeiramente bem em todos os contextos de nossa vida, precisamos viver em uma casa interna gostosa, leve e saudável, estarmos verdadeiramente BEM com o nosso EU.

O processo do luto vivido dentro e fora das redes

A tecnologia indiscutivelmente hoje faz parte da vida das pessoas. Desta forma, as redes sociais se tornaram um meio importante …